Nasci em uma família humilde, meus pais tinham apenas o ensino fundamental II incompleto, porém, minha mãe adorava ler e devorava um livro após o outro, e talvez, tenha sido ela, a primeira a despertar em mim o gosto pela leitura.
Ingressei na alfabetização, nesse processo encontrei uma professora muito especial, a tia Lurdinha, carinhosa e muito dedicada. Vivia trazendo revistas em quadrinhos para que nós recortássemos as personagens e fizéssemos montagens; eu adorava!
Na primeira série, li meu primeiro livro: “A aventura do gatinho Miau”, ele era lindinho com aquela chupeta verde enorme que não largava por nada. A minha professora dessa época, apesar de ser muito rígida, valorizava muito a leitura.
No ensino fundamental (5ª a 8ª série), tenho registrado a lembrança do meu professor de Educação Física, e eu, apaixonada por jogos, adorava suas aulas. Também nessa fase, como toda adolescente, fui leitora da coleção Vaga-Lume e através dela, viajei por lugares fantásticos e me senti dentro daqueles cenários.
No ensino médio, pouco fui motivada à leitura, apesar da cobrança que se dava através de alguns clássicos. Penso que o encaminhamento não ocorreu de forma prazerosa devido a isso. A leitura não era significativa. Mais uma etapa vencida.
Engravidei da minha filha mais velha e achei que meus estudos parariam por aí, mas com ajuda do meu pai e da minha mãe, consegui dar continuidade a eles. Foi então que ingressei na Faculdade de Letras: Português e Literatura, aí sim descobri minha paixão pela Língua Portuguesa e não foi nenhuma professora de Português a responsável por isso, e sim, a Beatriz, professora de Literatura Brasileira que colocava a gente pra ler, escrever e falar de uma maneira tão prazerosa que não nos dávamos conta de que estávamos estudando.
Com a vivência acadêmica, surgiu uma maneira diferente de ver o ler e escrever. Antes, tudo era superficial e hoje vejo muito além do explícito, vejo também, aquilo que está subentendido nas entrelinhas...
A formação acadêmica me proporcionou o contato com a pesquisa e com todo aparelho teórico, e o contato com teóricos consagrados tanto da literatura quanto da lingüística consolidou e enriqueceu o meu repertório de leitura.
Foi então que mais um desafio surgiu em minha vida, perdi o emprego e tive um filho portador de paralisia cerebral. Meu mundo caiu.Achava que não ia mais trabalhar e fazer o que eu mais gosto que é dar aula, já que meu bebê tomava muito tempo. Mais uma vez, a ajuda dos meus pais foi fundamental em minha caminhada.Voltei a trabalhar e a estudar.E, para não ficar estática no tempo, resolvi fazer Pós Graduação em Português e Literatura, Educação Especial Inclusiva e Orientação Educacional, que abriu novos campos de estudo e reflexão da prática de sala de aula. Atualmente, meu contato com a leitura está voltado para um novo desafio em minha vida que é atuar como Formadora do Gestar II de Língua Portuguesa do Município de Vargem Alta.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
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