quinta-feira, 3 de junho de 2010

RELATÓRIO - Encontros 19 e 20 – Afonso Cláudio - 22 de maio de 2010




MANHÃ – UNIDADES 07 e 08

Nosso último dia começou com muitas dúvidas sobre a forma de apresentação dos projetos. Apesar de toda a orientação ao longo do curso e das diversas consultas que fizemos à página 51 do Guia Geral, foram muitos os projetos apresentados com outros formatos. Passei os primeiros momentos da manhã, portanto, verificando o material de alguns cursistas, enquanto esperávamos a chegada de todos. Quando os trabalhos se iniciaram, nós retomamos o último assunto tratado no encontro anterior, a organização do período, e aproveitamos para conversar um pouco mais sobre revisão textual. Eu sentia que a necessidade da revisão para quem produz textos não era uma convicção para todos os participantes. Neste momento, então, ilustramos o uso do código de revisão textual, em grupo, pelos alunos e não só pelo(a) professor(a). Apresentei também parte do artigo de Stephen Kanitz, articulista da Revista Veja: “Reescrevo cada artigo, em média, 40 vezes. Releio 40 vezes, seria a frase mais correta porque na maioria das vezes só mudo uma ou outra palavra, troco a ordem de um parágrafo ou elimino uma frase, processo que leva praticamente um mês. Ninguém tem coragem de cortar tudo o que tem de ser cortado numa única passada. Parece tudo tão perfeito, tudo tão essencial. Por isto, os cortes são feitos aos poucos. Depois tem a leitura para cuidar das vírgulas, do estilo, da concordância, das palavras repetidas e assim por diante.” A conversa foi se encaminhando para os artistas. Eles fazem revisão? Então contei o depoimento que ouvi de Lygia Fagundes Teles sobre seu trabalho de criação; falei do livro de Lygia Bojunga – fazendo Ana Paz – uma verdadeira “metaconstrução” de um personagem; e lembrei o depoimento de Ziraldo, no final do livro “Menina Nina”, sobre o quanto ele contou com a opinião de amigos sobre o livro, enquanto ainda o escrevia. Se eles trabalham com arte, tem na escrita a sua profissão, e precisam do olhar de outrem, por que não os estudantes? E assim, já que falávamos de arte literária, demos início às reflexões do papel da arte em nossa vida e em nosso trabalho pedagógico. Para aguçar nossa sensibilidade, assistimos a dois espetáculos da “China Disabled People's Performing Art Troupe”, companhia que integra um elenco com cerca de 80 jovens artistas chineses deficientes. O primeiro vídeo foi “Hand in hand”, com apenas um casal de bailarinos – ela sem um braço e ele sem uma perna. O segundo foi “Thousand-hand Guan Yin”, com um grande grupo de bailarinos surdos. Depois dos emocionados comentários, lemos os casos apresentados no TP 2 (p. 77) e eu pedi exemplos de aspectos filosóficos presentes nas obras clássicas literárias. Após o prazer dessas lembranças, cada cursista redigiu pra mim um pequeno texto sobre a importância da arte em sua própria vida. Durante esse momento de escrita, fui exibindo bem vagarosamente alguns slides de pintura clássica. E assim, à medida que foram terminando seus textos, os cursistas foram saindo para o almoço.




TARDE – AVALIAÇÃO

Passava das 13 horas quando, para dar início à nossa oficina de avaliação, recitei “Mãos dadas”, de Carlos Drummond de Andrade e lhes falei de toda a satisfação que tive em trabalhar com aquele grupo. Dividi nossa avaliação em duas dimensões: o crescimento pessoal que o Gestar lhes tenha proporcionado; e o impacto do programa nas escolas. Para a primeira dimensão, cada qual completaria, numa folha, as frases: a) Que bom que ............................. b) Que pena que ............................ c) Que tal se ................................. Para a segunda dimensão, em outra folha, cada um deveria enumerar 5 substantivos concretos que representassem o impacto do Gestar em sua escola. Num segundo momento, todos deveriam trocar de folha com um colega, para interpretar as metáforas uns dos outros. Depois disso, cada um pegaria de volta sua folha para confirmar, negar ou complementar a interpretação que seu colega fez. A Secretaria de Educação também formulou um questionário de avaliação, que foi respondido pelos cursistas. E quando todos terminaram, dirigimo-nos para o refeitório da escola que, transformado em auditório, acolheu nosso encerramento e a entrega dos certificados. Despedimo-nos cantando, depois de “Navega Coração”, (Kleyton e Kledir), o hino do Gestar Capixaba – a música “Semente”, paródia de “Aquarela” (Toquinho e Vinicius).

Elisa Alves

Aqui o vídeo "As mil mãos de Guan Yin.

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