quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Memorial de Leitura
Myrcea Lourenzon Colombi
Nasci e cresci na casa de meus pais, em um sítio no interior de São Gabriel da Palha, e lá iniciei minha vida escolar. Era uma escolinha, dessas que estudamos juntos as quatro séries, e gostava. Não me lembro de ser incentivada a prática da leitura pela professora da época, mas lembro que assim que comecei a ler fui incentivada pelos meus pais a aprender orar, claro que desde antes eu já orava, mas agora podia aprender as orações sozinha, sempre fomos católicos e meu pai sempre ensinou que deveríamos ir à igreja todos os domingos e dias santo, não é para menos, meu pai estudou no seminário, e quase foi padre, mas não foi minha mãe a culpada pela desistência, ele só a conheceu mais tarde. No entanto, ele tinha muitos livros de orações que estudava no seminário, e eu me apossava de todos e todos os dias eu rezava algumas orações deles, as que eu mais me identificava. Por causa, disso minha mãe vivia dizendo às pessoas que eu seria freira, e eu ficava com muita raiva, pois eu não queria ser freira. Lembro-me até de um dia em que estávamos indo à Vitória visitar meus tios, eu devia ter meus oito anos, quando o trocador do ônibus chegou perto de mim, e sem saber de nada, me mostra o Convento da Penha, e eu sem querer ouvir em convento olhei para o outro lado. Minha mãe teve que explicar ao moço o motivo da minha falta de educação.
Bom, não sei por que, nem desde quando, na estante da sala da casa de meus pais havia uma coleção de clássicos infantis, como: “A Roupa Nova do Rei”, “Cinderela”, “Rapunzel”, “O Patinho Feio”, “Chapeuzinho Vermelho”,”A bela Adormecida”,”Pinóquio”, [...]. Li todos, e adorei, não teria como escolher um.
Ainda na escolinha da zona rural, lembro-me que a professora levava alguns livros de histórias em quadrinhos que comprava para seu filho, e depois que ele lia, ela levava para nós também lermos. Já no ensino fundamental final, tive pouco contato com a leitura, apesar de agora estar em uma escola da cidade, e que tinha uma biblioteca enorme, lembro-me que adorava ir à biblioteca, mas nunca peguei um livro que me encantasse, não conseguia me achar no meio de tantos.
Ao terminar o ensino fundamental iniciei o Magistério, por opção própria, na minha turma só tinha mulheres, era muito legal. Por incrível que pareça, tinha um grande apego pela disciplina de Matemática, e não gostava muito de Português; Educação Física que é a paixão da maioria dos alunos eu detestava, pois sempre fui magrinha, fraquinha, em jogos eu era um caos. Mas nessa época tive muito contato com a leitura, foi quando começamos a estudar as escolas literárias, e me identifiquei com o Romantismo, e a obra que marcou essa fase da minha vida foi “O Seminarista”, de Bernardo Guimarães.
Escolhi o Magistério por gostar muito de crianças, e ao ingressar na faculdade escolhi primeiramente o curso de Pedagogia, mas depois analisando bem a classe vaga de professores resolvi mudar para o curso de Letras Português/Inglês, pois, desde o Magistério gostei da disciplinade Língua Inglesa, adorava ouvir músicas em inglês, até hoje gosto, e minha professora, na época, sempre trazia uma letra de música adequada ao conteúdo em estudo, e na faculdade não foi diferente.
Mas o que me marcou mesmo no ensino superior foi o estudo que desenvolvi sobre o “Tropicalismo”, que foi o tema da minha monografia, era incrível o que os músicos e escritos da época faziam para escrever, tudo nas entrelinhas. Minha especialização foi em Língua Portuguesa e Literatura, cujo curso foi muito bom e proveitoso, com dicas e exemplos de convivência em sala de aula, pois foi um curso presencial, me especializei, também em língua Inglesa e Literatura, porém não considerei o curso muito proveitoso, pois foi a distância, faltou aquela troca de experiências.
Hoje, me sinto mais leitora, tenho uma carreira mais fixa, tenho minha casa, meus momentos, atualmente estou fazendo leitura de livros intitulados de auto-ajuda como os exemplares de Augusto Cury, “A sabedoria Nossa de Cada Dia”, “Filhos Brilhantes Alunos Fascinantes”, “Pais Brilhantes Professores Fascinantes” e por fim estou me deliciando com o livro de Antoine De Saint-Exupéry, “O Pequeno Príncipe”, além, é claro, de me dedicar ao estudo do Gestar II de Língua Portuguesa, ao qual trouxe novos horizontes para o ensino da língua.

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